20/03/2013

4 Mulheres Restauram Manuscritos do Mar Morto


Quatro mulheres imigrantes da ex-União Soviética estão encarregadas da conservação e restauração dos famosíssimos manuscritos encontrados há meio século atrás nas margens do Mar Morto.
"Não considero isto um trabalho, mas uma bênção" - afirma uma delas.
E são estas as únicas pessoas no mundo autorizadas a tocar nos manuscritos com mais de 2 mil anos. Têm no entanto de travar uma batalha contra um inimigo resistente: a fita gomada.
As suas armas: pinças, pequenos pincéis e uma paciência infinita...!
O trabalho paciente destas quatro mulheres russas é assegurar que os manuscritos sejam exibidos em condições ideais e restaurar as dezenas de milhares de fragmentos que sofreram não apenas com os estragos do tempo mas também com os esforços de conservação feitos no passado.
E é um trabalho impressionante feito dia após dia ao longo destes últimos 18 anos, principalmente na remoção da fita adesiva que foi utilizada há décadas para unir os vários fragmentos.
"A fita adesiva tinha acabado de ser inventada e naquela altura pareceu ser uma boa solução, mas na década de 60 provou ser um desastre" - informou Pnino Shor, que dirige o Departamento de Tratamento e Conservação de Artefactos na Autoridade de Antiguidades de Israel - "Resíduos de fita adesiva penetraram no pergaminho, causando a sua desintegração".
Segundo Shor, as conservadoras, que trabalham num pequeno laboratório do Museu de Israel em Jerusalém precisarão de outros 18 anos para completarem a tarefa de restauração dos fragmentos.
Os fragmentos são considerados um dos achados arqueológicos mais importantes de sempre e compõem cerca de 900 documentos da maior importância religiosa e histórica. O mais antigo documento data do 3º século a.C. e o mais recente de cerca do ano 70 d.C., quando as tropas romanas destruíram o segundo Templo em Jerusalém.
"Foram escritos num momento crucial da História, quando a civilização ocidental, o judaísmo e o cristianismo estavam-se cristalizando nas religiões que conhecemos hoje" - acrescentou Shor.
"Os manuscritos ensinam-nos sobre a nossa origem comum".

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