09/10/2010

JERUSALÉM DESTRUÍDA POR BABILÓNIA

Muros de Jerusalém
Quando Nabucodonosor venceu os exércitos egípcios no norte da Síria em 605 a.C., toda a Palestina, incluindo Judá, caiu em seu poder. Com efeito, depois da derrota de Josias em 609, Judá estava sob administração egípcia. Mas Nabucodonosor não cercou a cidade de Jerusalém. Contentou-se em levar como reféns uns quantos membros da família real a fim de exercer uma certa pressão sobre o reino de Judá. Entre esses reféns encontravam-se Daniel e os seus três amigos.
Apesar desta situação precárias, Judá revoltou-se em 601 a.C.. A cidade de Jerusalém foi cercada uma primeira vez pelos babilónios, acabando por se render em 597, mas não foi destruída. Na verdade, Nabucodonosor tinha hábito de preservar as entidades nacionais sob a direcção de nobres locais. Levou consigo o rei Jeoiaquim e colocou no trono o seu tio Zedequias, na esperança de que este levasse a sério os interesses de Babilónia. Em Babilónia foi encontrada uma lista de distribuição de víveres na qual figura o nome de Jeoiaquim, o rei de Judá deportado em Babilónia. Habitualmente, os exércitos que subiam contra Judá atacavam primeiro as cidades e aldeias dos arredores antes de atacarem a verdadeira fortaleza que era Jerusalém. Senaqueribe tinha seguido essa estratégia em 701 a.C., e os romanos viriam a fazer o mesmo no ano 70 da nossa era. Indícios claros mostram que várias cidades judaicas foram destruídas nessa época. Algumas nunca mais foram reconstruídas, enquanto que outras ainda foram habitadas até ao último ataque babilónico e à sua destruição total em 586 a.C.. Assim, Ramat Rahel foi destruída e parcialmente reconstruída até ao seu fim definitivo. Outras cidades, como Laquis, que não voltaram a desfrutar da sua glória inicial depois da destruição causada por Senaqueribe em 701 a.C., foram definitivamente arrasadas em 197. o reino de Judá estava de novo reduzido a uma espécie de cidade-estado concentrada em volta de Jerusalém.
Crónica babilónica que relata a queda da
cidade de Jerusalém.
Tal como em 722 a.C., depois da destruição de Samaria, um mar de refugiados dirigiu-se para Jerusalém um grande número de fugitivos tentou escapar à carnificina babilónica. A região desértica a Este e a Sul de Jerusalém tinha sido sempre um lugar de refúgio em caso de ameaça militar. Foi aí que David se refugiou para escapar ao seu antecessor Saul. Foi também aí que os Essénios construíram mais tarde uma cidade e esconderam os seus preciosos rolos, a fim de os proteger dos seus inimigos. Assim, pois, um bom número de refugiados judeus dirigiu-se para esta região selvagem. Construíram as suas casas perto do oásis de En Guédi, na margem ocidental do Mar Morto. Os arqueólogos descobriram aí uma cidade floresceste datando dessa época, sem encontram vestígios de ocupação humana anterior. Tudo leva a crer que essa cidade era habitada pelos fugitivos.
A destruição de Jerusalém, uma catástrofe nacional.
Depois de uma nova revolta, os exércitos babilónicos dirigiram-se de novo para Judá. Em 587-586, Jerusalém foi completamente arrasada, incluindo o templo do Deus de Israel. A destruição do templo foi, provavelmente, uma experiência mais traumatizante do que a perda dos bens pessoais. A fé do povo repousava no poder libertador de Deus. Neste contexto, a destruição do templo parecia indicar que a Sua morada fosse destruída, era algo impensável. O Deus todo-poderoso nunca teria permitido que pagãos idólatras profanassem e destruíssem o Seu santuário. Esta destruição abalou os fundamentos da sua fé.
No entanto, Jeremias tinha mencionado a possibilidade desse desastre nas suas profecias. De agora em diante, ele deixou de ser um inimigo da nação, mas um instrumento que podia ajudar Judá a ultrapassar a catástrofe. Jeremias explicou aos seus compatriotas as razões da derrota. Devido aos seus pecados, eles tinham-se afastado tatuo de Deus que Ele já não podia fazer mais nada por eles.
Restava apenas confessarem os seus pecados, aceitarem o castigo e orarem pelo restabelecimento de que os profetas tinham falado. Esse dia prometido tornou-se o centro das esperanças dos exilados.
Cidade refúgio
Escavações feita em toda a Palestina testemunham de carnificina impiedosa infligida pelos babilónios em 586 a.C.. Em muitos lugares, foram encontrados vestígios de destruição brutal. Com frequência, uma espessa camada de cinzas e de escombros queimados cobre o solo das casas. Não se nota qualquer vestígio de ocupação humana posterior. Em nenhum lugar se pode observar uma transição progressiva da monarquia para o período persa. Só se encontram provas de destruição seguida de um período de desolação. Alguns desses lugares nunca mais foram habitados.


Jerusalém parece, igualmente, ter sido abandonada. As escavações não revelaram nenhum elemento que datasse do período do exílio. As fortificações em terraços a oriente da cidade e a espessa muralha que rodava a parte oeste foram desmanteladas e nunca mais foram reconstruídas. Jerusalém tinha-se tornado o que os profetas tinham predito: uma ruína que todos os viajantes evitavam, e onde a avestruz e o chacal tinham a sua morada. Um lugar desolado e horrível, comparado com a sua glória passada.

Água abundante nestes
lugares de refúgio.

Uma grande parte da população que não conseguiu escapar foi levada cativa para Babilónia. Aqueles que ficaram, viveram ao serviço dos babilónios, sob a autoridade de Gedalias, um governador judeu. Jeremias, que tinha sido bem tratado pelos invasores, pôde ficar no país. Manteve contactos estreitos com Gedalias que habitava em Mizpá, alguns quilómetros a Norte de Jerusalém. Alguns colaboradores entre os nobres, que tinham fugido para Amon, do outro lado do Jordão, assassinaram Gedalias. Isso provocou uma nova invasão babilónica em 582, completando a destruição das cidades e das aldeias de Judá. Assim como um certo número de pessoas, o idoso profeta Jeremias empreendeu a fuga para o Egipto, a fim de escapar a esta última invasão babilónica. Aí fundaram uma comunidade judaica, que, posteriormente, se tornou muito importante.
Selo de Nerias, pai de Baruque,
secretário de Jeremias.
O reino de Judá tornou-se um território deserto. Os dados arqueológicos e as informações fornecidas pela Bíblia concordam nesse ponto. Os salteadores e as feras eram os senhores da região. O mesmo se passava com as nações vizinhas de Judá. Embora algumas ainda durassem mais umas dezenas de anos, não passaram do século VI. A região marítima da Palestina continuou a ser habitada, mas os habitantes viveram na pobreza. A norte, as cidades costeiras da Fenícia aguentaram-se, mas apenas graças ao abastecimento fornecido pelas suas colónias situadas a oeste. Durante treze anos, Tiro foi sitiada por Nabucodonosor, mas graças às suas relações com os territórios de além-mar, a cidade não caiu. À parte estas poucas excepções, a população de toda a Siro-Palestina nunca tinha sido tão pouco densa. Todos estes dados correspondem ao quadro descrito pela Bíblia.

16 comentários:

  1. Amigo, porque as testemunhas de Jeová afirmam com muita convicção de que Jerusalém, na época do reinado de Nabucodonosor, rei da babilônia, foi totalmente destruída em 607 a.e.c? Os historiadores afirmam, em geral, de que essa destruição aconteceu em 587 a.e.c. O que você tem a dizer sobre isso? E qual afirmação histórica confirma os dados que rebatem a versão das testemunhas de jeová?

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    1. "...Por que, então, a Sociedade Torre de Vigia rejeita 587/86 A.E.C.
      em vez de rejeitar 538/37?
      A resposta é óbvia. A data 587/86 A.E.C. está em conflito direto
      com a cronologia da Sociedade Torre de Vigia para os “tempos dos
      gentios”. Nessa cronologia, sua data 607 A.E.C. para a desolação de
      Jerusalém é o ponto inicial indispensável. Sem a data 607 A.E.C. a
      Sociedade não poderia chegar a 1914 E.C. como sendo o ponto
      terminal. E como esta data é a própria pedra fundamental das
      pretensões e mensagem profética da organização Torre de Vigia, não
      se permite que nada a contradiga, nem a Bíblia nem os fatos históricos.
      No fundo, portanto, não é questão de lealdade à Bíblia nem de lealdade
      a fatos históricos. A escolha da data tem outro motivo bem diferente:
      Lealdade a uma especulação cronológica que se tornou uma condição
      vital para as pretensões divinas da organização Torre de Vigia..."

      Amigo, indico a leitura do livro "Os tempos dos gentios reconsiderados" de Carl Olof Josson.

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    2. Tenho estudado esse assunto e existem mais historiadores que concordam com a data de 539 a.C para a queda de Babilônia diante de Ciro do que os que concordam com a destruição de Jerusalém diante de Nabucodonosor em 586 a.C e as duas não podem estar certas se levarmos em conta o que a Bíblia diz em Daniel 9:2, que a desolação da terra prometida seria de 70 anos prefere-se rejeitar a primeira data e não a segunda.

      Depois, de fato, no ano de 1914, dia 28/07, começou a Primeira Guerra Mundial, no mesmo dia em que o templo de Jerusalém foi queimado (o sétimo dia, do quinto mês do calendário hebraico - 2 Reis 25:8), enquanto que na outra opção para o fim dos tempos dos gentios, teríamos o ano de 1934 que não teve nada de significativo.

      Essa coincidência para o dia 28/7/1914 é algo que achei pesquisando a Bíblia. A Sociedade Torre de Vigia nunca falou nada sobre isso que eu saiba. Para mim, independente de religião, isso torna mais lógica o período de de 607 a.C. a 537 a.C. como sendo os 70 anos de desolação de Judá.

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    3. Oi Cris Dias, achei interessante essa informação sobre a destruição de Jerusalém coincidir com a data do inicio da segunda da primeiroa guerra mundial. pode me enviar as referencia históricas e Bíblicas, por favor.

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  2. Amigo, porque as testemunhas de Jeová afirmam com muita convicção de que Jerusalém, na época do reinado de Nabucodonosor, rei da babilônia, foi totalmente destruída em 607 a.e.c? Os historiadores afirmam, em geral, de que essa destruição aconteceu em 587 a.e.c. O que você tem a dizer sobre isso? E qual afirmação histórica confirma os dados que rebatem a versão das testemunhas de jeová?

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    1. https://youtu.be/ui40VYjJOio

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    2. Para se calcular datas biblicas é preciso ter uma cronologia bem confiável e que não desminta a Deus.
      São tres os historiadores mais respeitados pelas religiões (inclusive os adventistas), são eles:
      Edwin R Thielle,
      W F Allbrigth e
      Gallil.
      Thielle era adventista e publicou livro em inglês chamado ' os misteriosos números Hebreus'entre outros livros onde ele afirma que a bíblia é misteriosa e confusa e diz que o tempo de duração do Rei Peca de Israel foi de menos de 10 anos.
      Assim também o faz Allbrigth e Gallil;

      entretanto, em 2 Reis 15:27 Deus diz que foram 20 anos de governo do rei Peca.
      Veja o link abaixo e saiba a verdade:

      https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Lista_dos_reis_de_Israel_e_Jud%

      É claro que quem postou a matéria acima não conhece a verdade de como as datas cronológicas foram montadas.
      Mas, talvez digam: são peritos em historia e não podemos discordar de suas cronologias.

      Eu pergunto:
      Por serem peritos em cronologia e historia eles estão autorizados a chamar Deus de MENTIROSO e podemos confiar em suas conclusões cegamente?
      Eles tiram 11 anos do governo do rei Peca e 9 anos do rei Oséias, o que dá exatamente a diferença de 20 anos entre o ano 587 aec até 607 AEC.

      E agora? em quem irão acreditar? na bíblia (2 Reis 15:27) ou nos historiadores equivocados?

      Leia Lucas 16:10 antes de dizer que isso é uma coisa de pouca importancia,pois, não é, e depois leia 2 Timóteo 3:16 para ajuda-lo a fazer a melhor decisão sobre em que acreditar ( em DEUS ou nos historiadores equivocados)
      Atenciosamente


      Maia

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    3. A diferença entre os historiadores e uma religião, é que os Historiadores são imparciais.
      Datas históricas devem ser calculadas sem a inclusão do elemento "fé".
      O livro "os tempos dos gentios reconsiderados" esclarece tudo. Jerusalém, realmente, foi destruída em 587 AC, e não em 607 AC.

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    4. nem todo hsitoriador é imparcial.Olha o exemplo do doutor rodrigo que é pastor adventista

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    5. Doutor Rodrigo não historiador, mas arqueólogo. Se pretende discordar de um acadêmico com 2 doutorados em sua área, sendo um deles na USP, é melhor discordar de modo acadêmico. Acusar alguém de parcialidade motivado pela religião do mesmo, mas sem argumentar de modo concreto, é muito mais parcial do que a própria acusação original. O termo técnico que descreve isso chama-se "falácia". Mas concordo que nem todo historiador é imparcial. Aliás, dependendo de como se analisa questão, ninguém é imparcial.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Maravilhoso o estudo !!! Deus continue abençoando a sua vida !

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  5. O importante é que os Governos humanos foram INCAPAZES de solucionar os problemas da humanidade, como: doenças , crimes, GUERRAS, preconceitos, matanças de animais, desmatamentos,filas nos hospitais, morte, corrupção que é ladroagem, epidemias de doenças, e falharam em trazer a paz para a terra.
    Quem acredita ainda nos Governos humanos para solucionar os problemas da humanidade?.
    Assim, o único Governo capaz de solucionar os problemas da humanidade e o Reino de DEUS que tem como Governante nosso senhor Jesus Cristo.
    MATEUS 6:,910.
    Daniel 2:44.
    Apocalypse 11;15.
    Apocalypse 21:3,4.
    Salmos 37:29.
    MATEUS 5:5.
    Isaías capítulo 11.
    Apocalypse 20:1,2,3.
    Mostra o que o Reino de DEUS vai fazer para a humanidade.
    Por isso se proclama no mundo uma mensagem de esperança não nos Governos humanos, mais no Reino de DEUS.
    MATEUS 24:14.

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  6. http://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/2011736?q=destrui%C3%A7%C3%A3o+babil%C3%B4nia&p=par

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  7. https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/2011810

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  8. Quando se trata de tempos tão remotos até os historiadores têm dificuldades em precisar as datas pois as fontes se perdem e muitas vezes é necessário recorrer às deduções baseadas nos poucos vestígios que sobraram.

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