Uma das dez placas de argila encontradas em Nínive, que contam a epopeia de Gilgamesh, uma variante do relato bíblico do dilúvio. |
Quando, no inicio do século XX, Sir Leonardo Wooley realizou as escavações as escavações em Ur, uma cidade do Sul da Mesopotâmia, descobriu uma camada espessa de lodo. “Finalmente, descobriu uma prova do dilúvio,” dizia-se. Infelizmente, ao serem feitas escavações numa cidade próxima, não encontrou a mesma camada à profundidade esperada. A camada de lodo encontrada em Ur devia ser o resultado de um fenómeno local. São, sobretudo, os geólogos que constatam as consequências do dilúvio, ao estudarem as diferentes camadas sedimentárias em todo o mundo. Todos os vestígios de habitação humana são posteriores ao dilúvio.
A realidade de um dilúvio, como o descrito no livro de Génesis, é apoiada pela cosmogenias que foram encontradas em quase todas as culturas antigas do mundo. Os relatos provenientes das regiões situadas perto dos países bíblicos são,
geralmente, mais antigos e mais parecidos com a versão dada pela Bíblia, segundo as quais os homens se espalharam por toda a Terra, migrando a partir da arca encalhada no Próximo Oriente.
geralmente, mais antigos e mais parecidos com a versão dada pela Bíblia, segundo as quais os homens se espalharam por toda a Terra, migrando a partir da arca encalhada no Próximo Oriente.
Utnapistim, o equivalente babilónico do Noé bíblico, na sua arca. |
O objectivo deste estudo não é de fazer os paralelismos entre os relatos babilónicos e sumérios do dilúvio e o da Bíblia. Digamos, simplesmente, que os pontos comuns são numerosos e importantes, mas que continua a haver diferenças muito significativas. Apesar dessas diferenças, é perfeitamente plausível que os habitantes da Mesopotâmia tenham conservado a recordação do dilúvio mencionado no livro de Génesis. Tendo em conta as diferenças, é pouco provável que a versão genesíaca seja derivada das versões mesopotâmicas. Ela baseia-se sobretudo numa tradição mais antiga.
Em busca de Noé.
Formação geológica cujas dimensões correspondem bastante bem às da arca, tal como ela é descrita no livro de Génesis. |
Será que existem vestígios da arca de Noé? Já foram feitas várias expedições ao monte Ararate, no Leste da Turquia, na esperança de encontrar uma resposta para esta pergunta. Alguns pesquisadores pretendiam ter visto a arca, mas as todos ou as descrições eram vagas e duvidosas. Actualmente, não temos qualquer razão para crer que a arca tenha sido encontrada. As indicações dadas pela Bíblia, relativamente ao lugar onde ela encalhou, são bastante vagas. De acordo com Génesis 8:5, a arca parou sobre o monte Ararate. É preciso dizer que Ararate ) Urartu em Assírio) é o nome de toda uma região montanhosa do Leste da Turquia. É como se disséssemos que a arca parou nos Alpes. Procurar a montanha mais alta, dar-lhe o nome “Ararate”, e depois afirmar que a arca se encontra nesse lugar não é correto. Isso equivale a tirar da Bíblia dados que ela não contém.
Muitas coisas já foram escritas a respeito dos pedaços de madeira encontrados nas encostas do monte Ararate, e que se dizia que eram restos da arca. No entanto, todos os testes de datação com carbono – 14 convergiam para uma mesma época: 600 da nossa era. Nessa época, muitos peregrinos visitavam a região e construíam pequenas capelas. A madeira encontra provém, provavelmente, de uma delas.
Uma formação geológica interessante, existente numa montanha a alguns quilómetros dali, parece ser um indício mais provável. Num vazamento de lava, foi encontrada a forma de um objecto que corresponde bastante bem às dimensões da arca de Noé. Dá a impressão que a lava foi forçada a contornar o objecto pousado sobre a montanha. Pode ser que se trate da arca de Noé, mas atualmente não dispomos de provas suficientes para defender essa hipótese.
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