02/09/2009

NINIVE, BABILÓNIA E EBLA

NINIVE
Nínive foi a capital da Assíria que inspirou o terror em todo o antigo Médio Oriente por mais de 15 séculos. A Bíblia a chamou de "cidade sanguinária, toda cheia de mentiras e de roubo e que não solta a sua presa" (Na 3:1). Foi contra ela que Jonas certa vez levantou sua pregação, que felizmente resultou na conversão do povo e do rei da época. Muitos duvidavam da existência de Nínive, que foi descoberta nas escavações arqueológicas de Austen H. Layard realizadas entre 1845 e 1857.
Quando Nínive estava no seu apogeu, e, portanto, no seu período de maior violência, outro profeta de Deus declarou: "[O Senhor] fará de Nínive uma desolação e terra seca como o deserto. No meio desta cidade repousarão os rebanhos e todos os animais em bandos alojar-se-ão nos seus capitéis tanto o pelicano como o ouriço; A voz das aves retinirá nas janelas, o monturo estará nos limiares, porque já lhe arrancaram o madeiramento de cedro" (Sf 2:13 e 14). Actualmente, os visitantes vêem apenas uma elevação de terreno que marca o lugar desolado da antiga Nínive. Além disso, ali pastam rebanhos de ovelhas até hoje, conforme fora predito.
C.C. Torrey foi professor da conceituada Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Em uma de suas entrevistas ele anunciou a publicação de um estudo que desmentiria completamente o livro de Ezequiel e o contexto histórico que o circundava. O título da obra, Pseudo-Ezekiel and the Original Prophecy (O Falso Ezequiel e a profecia original), já dava uma boa ideia de seu conteúdo minimalista.
Muitos correram para adquirir o best-seller, pois Torrey era, já, conhecido por publicar outros livros polémicos sobre a Bíblia. Ele e seus seguidores já haviam lançado dúvidas sobre o cerco de Nabucodonosor a Jerusalém, desacreditando, inclusive, que houvesse mesmo havido um "cativeiro babilónico" e um retorno dos judeus sob o governo de Ciro.

BABILÓNIA





Antes dele, outros cépticos oriundos do racionalismo e do iluminismo alemão tinham posto em dúvida a existência da própria cidade de Babilónia! Apesar de historiadores extra-bíblicos como Beroso e Heródoto a mencionarem em seus escritos, a cultura racionalista do século 18 parecia ter um fascínio em usar sua não descoberta como argumento para negar passagens da Bíblia que falavam da grande cidade. Foi preciso mais de um século de espera até que, em 1898, o arquitecto e arqueólogo alemão, Robert Koldewey, desenterrasse a cidade sob a colina de Hillah e provasse não somente sua existência, mas seu gigantesco tamanho em relação às proporções da época.
No caso de Torrey, entretanto, apenas oito anos após a publicação de seu livro, foi verificada a impropriedade daquilo que ele dizia (apesar de ser professor de Yale!). Uma equipe britânica estava escavando a impressionante elevação de Tell edh-Duweir, situada entre Debrum e Ascalom, quando perceberam que se tratava da antiga cidade de Laquis mencionada mais de vinte vezes no Antigo Testamento (Exemplo: Js 10:3, 5, 31-35; 12:11; 15:39; 2Rs 14:19; 18:14, 17; 2Cr 11:9; 25:27; 32:9; Ne 11:30; Is 36:2; Jr 34:7 etc). Sua evidência histórica já havia sido firmada desde o achado dos relevos de conquista do palácio de Senaqueribe, em Nínive. Mas sua localização ainda era uma incógnita.
A fortaleza encontrada em Tell edh-Duweir indicava claramente que, além do ataque assírio de Senaqueribe em 701 a.C., a cidade também sofrera, juntamente com outras cidadelas da Judéia, um massivo ataque seqüencial ocorrido nos dias de Nabucodonosor, o que aumentava a probabilidade de terem sido, realmente, os babilónios que saquearam a região, conforme o relato bíblico. A evidência estava tanto ali quanto em outras cidades escavadas na região como Eglon, Beth-shemesh, En Gedi, Gibeah e Arad.

EBLA
Outro grande achado arqueológico foi a descoberta dos Tabletes de Ebla, no norte da Síria em 1974. Dessa verdadeira biblioteca da antiguidade foram recuperadas 14 mil tabuinhas de argila datadas em torno de 2.300 a 2.000 anos a.C., que é justamente o tempo dos patriarcas. As tábuas descrevem uma cultura e um modo de viver similar ao registrado em Génesis entre os capítulos 12 e 50, o que comprova a acurada historicidade do Génesis. A descoberta dos arquivos de Ebla confirmou que a descrição do Génesis quanto a nomes de pessoas e cidades é bastante razoável e neles há bons exemplos de nomes e localidades do período patriarcal até então vistos somente na Bíblia. Entre esses figuram nomes próprios como Adão, Eva, Miguel, Israel, Noé (embora a decifração possa ter uma ou outra variante segundo os especialistas em escrita cuneiforme). Há também nomes de localidades como, por exemplo, a cidade de Sodoma (caso se aceite a interpretação de G. Petinnato, especialista em assiriologia). E, por fim, temos, possivelmente, uma transcrição abreviada do tetragrama sagrado (YHWH) que pode indicar a viabilidade histórica de Génesis 4:26.

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