14/07/2011

A DESCOBERTA DO SALVATOR MUNDI DE LEONARDO DA VINCI


Um quadro que se julgava perdido do pintor renascentista italiano Leonardo da Vinci foi identificado numa colecção privada norte-americana e vai ser exposto na National Gallery, em Londres, em Novembro.
A recente descoberta da pintura a óleo, intitulada Salvator Mundi, representa a figura de Cristo. Depois de
um estudo exaustivo e de várias avaliações de especialistas, entre eles o próprio director da National Gallery, Nicholas Penny, parecem não existir dúvidas em relação à sua autenticidade.
A existência de Salvator Mundi, com 65,6 cm de altura e 45,4 cm de largura, estava referenciada em documentos históricos, mas até aqui julgava-se perdida ou destruída, à semelhança do que aconteceu com alguns dos trabalhos de Leonardo – como é o caso do quadro Leda col Cigno, um nu provocador que terá sido destruído por um membro religioso da família real francesa. Segundo Jonathan Jones, crítico de arde do Guardian, existem tantos trabalhos perdidos de Leonardo da Vinci como obras conhecidas.
Sobre esta obra sabe-se que fez parte da colecção do rei Carlos I de Inglaterra em 1649. Depois da sua morte passou para Carlos II, que depois deixou a colecção de arte ao duque de Buckingham, cujo filho leiloou as peças em 1763. Antes e depois destes acontecimentos não se sabe o que terá acontecido à obra de arte.
Apenas em 1900 surgem novos registos do quadro, quando foi adquirido pelo colecicionador britânico Frederick Cook, mas nesta altura o quadro estava danificado e a autenticidade já tinha sido esquecida. Por isso, Cook vendeu o quadro pela módica quantia de 45 libras, em 1958.
Na altura, mal imaginaria que em 2011, depois de admitida a autencidade, o quadro, onde surge Cristo com a mão direita levantada em forma de bênção, enquanto na outra mão segura um globo, valesse 120 milhões de Libras (137 milhões de euros).
Finalmente, em 2005, o Salvator Mundi viajou para os EUA, através das mãos do coleccionador privado Robert Simon, especialista em pintura renascentista italiana, que iniciou então um estudo sobre a obra, contando com o apoio de investigadores da Universidade de Florença, da National Gallery de Londres e Washignton, do Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque, da Universidade de Oxford e da Universidade de Leicester. Depois deste estudo e tratamento exaustivo de conservação, chegou-se a um consenso inequívoco de que Salvator Mundi é um original de Leonardo da Vinci.
As opiniões dividem-se apenas na data, com alguns a apontar para que o trabalho tenha sido feito em finais dos anos 1490, enquanto outros falam em já depois de 1500.
Salvator Mundi vai estar exposto entre 9 de Novembro de 2011 e 5 de Fevereiro de 2012 na National Gallery, em Londres.
Cláudia Carvalho(Público, quinta-feira 14 Julho 2011)

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