13/02/2011

O COSTUMES DOS PATRIARCAS



Jóias encontradas nos túmulos de Ur são de um requinte notável.
Em cima um colar em pedras preciosas.
 
Muitos sábios afirmaram que os relatos dos patriarcas datavam de uma época mais tardia, sobretudo da época dos reis, cerca de mil anos depois da data proposta pela Bíblia. No entanto, os textos descrevem numerosos costumes que não correspondem à época dos reis. Na verdade, há inscrições da Mesopotâmia em escrita cuneiforme que dão testemunho desses costumes a Norte da Mesopotâmia na época dos patriarcas bíblicos.
Génesis 15:2 conta como Abraão adoptou alguém como herdeiro, uma vez que ainda não tinha filhos e já era de idade avançada. Isso era vulgar no Norte da Mesopotâmia, no início do segundo milénio antes da nossa era. O herdeiro adoptivo devia cuidar do casal envelhecido e recebia então a herança quando eles morressem. No caso de, apesar de tudo, nascer um filho, este era, obviamente, o herdeiro principal. Tudo isso correspondia bem ao relato dos patriarcas, mas esse costume não se encontrou em épocas mais tardias.
Frisos representando uma caravana
com gado, no tempo de Abraão.
Um outro costume conhecido na época patriarcal permitia à família da esposa dar-lhe uma criada. Se se desse o caso de a esposa ser estéril, aquela podia ser apresentada ao marido. Um filho que viesse de uma união destas era considerado como filho da esposa. Foi o que fez Sara com Agar em Génesis 16:1-16. Raquel e Lia fizeram o mesmo em Génesis 30:3,9. Se, mais tarde, a própria esposa dava à luz um filho, o costume não permitia que se mandasse embora o filho da serva. Isso explica as reticências de Abraão em consentir no pedido de Sara para que mandasse embora Agar e o seu filho Ismael.
Escrita em cuneiforme que relata
estes costumes
Quando Esaú vendeu o seu direito de primogenitura (Génesis 25:27-34), não fez mais do que seguir um hábito da sua época. Temos um texto que conta como um homem vendeu a sua primogenitura ao irmão mais novo por três borregos.
Poderíamos citar outros costumes que concordam com os relatos dos patriarcas. Mas os exemplos que demos acima batam para provar que a história destes patriarcas é mais do que o fruto da imaginação de um autor do primeiro milénio, e que os seus usos e costumes são realmente o reflexo das práticas no início do segundo milénio antes da nossa era, como menciona a cronologia bíblica.

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