08/08/2010

AKKAD E BABILÓNIA

Os primeiros impérios semitas da Mesopotâmia foram os da dinastia de Akkad, seguidor da primeira dinastia babilónica. Embora algumas cidades sumérias controlassem vastas regiões, nunca tingiram a superfície desses impérios. Sargão o Grande, que viveu por volta de 2300 a.C., foi o fundador do primeiro império que se estendeu do Golfo Pérsico até ao Mediterrâneo. O relata do seu nascimento é muito semelhante ao do nascimento de Moisés. Ele é apresentado numa “arca” e depositado no rio. Um pescador encontra-o, adopta-o e cria-o como seu próprio filho.
Os amorreus.
Os reis acadianos que reinaram depois de Sargão, mencionaram um número importante de tribos habitantes do Noroeste da Mesopotâmia (o Norte da Síria actual). Eles denominavam-nos Amorreus, “o povo do Oeste”. Essas tribos, a que a Bíblia chama Amoritas, migraram em massa em duas direcções. Uma parte emigrou para o Sul, em direcção à Palestina, enquanto a outra se dirigiu para o Sul da Mesopotâmia. Para se protegerem contra eles, os acadianos construíram muralhas fortificadas. Em vão. Continuando a chegar em massa, os Amorreus conseguiram finalmente apoderar-se de várias cidades, entre elas a de babilónia. O rei Hamurabi foi um desses Amoritas. Veremos num outro estudo que Abraão, o patriarca, foi provavelmente também Amorita.
Amurabi e as suas leis.Depois de se tornar rei de Babilónia, Haburabi explorou ao máximo a força dos seus exércitos. Ao transmitir informações políticas contraditórias por intermédio dos seus embaixadores, conseguiu confundir os outros monarcas e acabou por conquistar toda a Mesopotâmia. É durante o período de paz que se seguiu a estes acontecimentos que Hamurabi promulgou as suas célebres leis. Na antiguidade, o seu código foi o documento legal mais vastamente reconhecido. Foram encontradas (Seria um monumento monolítico talhado em rocha de diorito, sobre o qual se dispõem 46 colunas de escrita cuneiforme acádica, com 282 leis em 3.600 linhas. A numeração vai até 282, mas a cláusula 13 foi excluída por superstições da época. A peça tem 2,5 m de altura, 1,60 metro de circunferência na parte superior e 1,90 na base.) cópias destas leis em vários locais, desde Nínive na Assíria até Susa em Elam. Um grande número dessas leis é relativamente semelhante às leis mosaicas da Bíblia. Mas nenhuma é idêntica ao Decálogo. As leis de Moisés e de Hamurabi taram de casos concretos. Trata-se menos de leis do que de directivas para os juízes. Se alguém cometesse um delito, deveria receber uma punição adequada. Este tipo de leis dá mais relevância à aplicação de punições justas do que à prevenção do mal. No entanto, é evidente que, para evitar as punições, era melhor não cometer o delito. Os dez Mandamentos da Bíblia são particulares e únicos. Denominamo-los “leis apodícticas”, porque apresentam interdições e avisos claros. As analogias entre certas leis e mitos babilónicos por um lado, e as prescrições mosaicas e outros elementos bíblicos por outro, levaram a conclusões surpreendentes no final do século XIX. Assim, supunha-se que a Bíblia era uma adaptação das leis e das histórias babilónicas. Não há qualquer prova que suporte esta teoria. Seria mais lógico acreditar que ambas provêm de uma fonte comum: a revelação divina à humanidade. Enquanto os patriarcas conservaram as mensagens de Deus na sua forma original, a tradição babilónica deformou-as e adaptou-as às suas próprias necessidades. Seja como for, as semelhanças entre as leis de Moisés e as de Hamurabi ajudam-nos a situar melhor os livros de Moisés no seu contexto histórico. As leis de Moisés enquadram-se perfeitamente no período e no meio cultural mencionado pela Bíblia.
A primeira dinastia babilónica subsistiu cerca de duzentos anos. Durante esses dois séculos, Babilónia tornou-se o maior centro de civilização na Mesopotâmia. A sua fama foi tal que conseguiu manter a sua reputação de centro da ciência e da cultura durante quase dois mil anos, mesmo quando outras cidades ou outros impérios controlaram a região. Por isso, não é de admirar que Babilónia se tenha tornado um símbolo importante na Bíblia. Babilónia pode não ter sido a cidade mais poderosa de todos os tempos, mas do ponto de vista cultural, foi, certamente, a mais célebre do mundo antigo.

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