![]() |
A companhia de gás alterou os planos da construção do gasoduto, fazendo-o passar sob a aldeia para permitir que o sítio fosse preservado |
Arqueólogos israelitas encontraram uma aldeia nos arredores
de Jerusalém, durante a construção de um gasoduto.
As ruínas de uma comunidade rural com cerca de 2300 anos de
idade foram descobertas por arqueólogos israelitas, nos arredores de Jerusalém,
para surpresa de uma companhia de gás que planeava fazer passar pelo local um
gasoduto com 35 quilómetros.
A estrutura, de apenas 750 metros quadrados, apresenta
vestígios de casas de pedra, unidas por corredores estreitos, incluindo cada
uma vários quartos e um pequeno pátio interior.
Os arqueólogos só escavaram ainda um terço das ruínas, mas
já encontraram dezenas de moedas, utensílios de cozinha, ferramentas de moagem
e frascos para armazenar óleo e vinho.
![]() |
Uma das cerca de 60 moedas encontradas nas escavações |
"Tendo em conta a quantidade de moedas e utensílios,
trata-se de uma grande comunidade na dinastia dos Hasmoneus. Ainda não podemos
dizer que foi uma aldeia judaica, estamos apenas no princípio da
investigação", explica a arqueóloga Irina Zilberbod, diretora das
escavações a cargo da Autoridade de Antiguidades de Israel, citada pelo jorqal
"El Mundo".
A aldeia, cujo nome ainda é desconhecido, foi habitada durante
o período do Segundo Templo de Jerusalém (538 a.C. a 70 d.C.), e fica perto da
estrada Burma, uma rota que abasteceu Jerusalém durante a guerra israelo-árabe
de 1948.
Os arqueólogos supõem que os habitantes acabaram por
abandonar a cidade à procura de melhores condições de vida na capital, à
semelhança de outros habitantes de aldeias vizinhas.
"O abandono de vilas e quintas no fim do período
Hasmoneus ou no início do reino de Herodes, o Grande, ocorreu em várias
localidades rurais na Judeia", diz ao "The Washington Post"
Yuval Baruch, diretor da Autoridade de Antiguidades de Jerusalém.
"Pode estar ligado a extensos projetos de construção de
Herodes em Jerusalém, particularmente o Templo de Jerusalém, e o movimento de
muitos habitantes das zonas rurais para a capital para arranjarem
trabalho", acrescenta.
Como resultado da descoberta, a companhia de gás alterou os
planos da construção do gasoduto, desviando-o e permitindo que o sítio fosse
preservado. A tubagem foi instalada mais abaixo, sob a aldeia, "para que
as pessoas a possam visitar", revelou o porta-voz da companhia de gás.
Sem comentários:
Enviar um comentário