NO tema sobre os Assírios referimos que eles empalavam os seus prisioneiros de guerra. A crucificação, o facto de atar ou pregar uma vítima a um poste, pode muito bem ter-se desenvolvido a partir dessa prática. Os romanos aplicavam este suplício extremamente cruel principalmente aos rebeldes e aos escravos. Milhares de escravos que trabalhavam na Via Appia, em Itália, foram crucificados quando se revoltaram contra os capatazes. Na época de Jesus, a crucificação era um suplício capital frequentemente aplicado.
Em Jerusalém, as escavações permitiram encontrar o esqueleto de um homem crucificado. Podem ver-se os restos de um grande prego que atravessava os seus pés. Um exame minucioso do esqueleto demonstrou a crueldade da crucificação praticada pelos romanos. Em vez de utilizar dois pregos (um para cada pé) utilizavam apenas um, ao contrário do que se pode ver na maior parte das obras de arte. Depois de deitar a vítima sobre a cruz, os dois pés eram juntos na sua posição norma. Em seguida, eram inclinados a 90º e espetavam um prego que passava pelos dois tornozelos, o que era particularmente doloroso.
Seria menos cruel se pregassem os pulsos e deixassem os pés livres. O peso de uma vítima pregada apenas pelos pulsos, com os braços estendidos, teria tornado muito difícil a respiração. A cabeça pendida para a frente teria acelerado a asfixia da vítima no espaço de alguns minutos. Ao pregarem também os pés, garantia-se uma agonia muito dolorosa, que se prolongava, por vezes, durante horas. Os pregos que atravessavam os pés não só causavam uma dor intensa, mas prolongavam também o sofrimento. No entanto, por vezes a crueldade romana tinha limites. Se, passadas algumas horas, a vítima não tivesse ainda morrido, partiam-lhe as pernas. Uma vez perdido esse apoio, o condenado morria rapidamente por asfixia. Foi o que aconteceu aos dois ladrões crucificados de cada lado de Jesus (João 19:32). Mas, no caso de Jesus, os sofrimentos experimentados antes e durante a Sua crucificação contribuíram para uma morte mais rápida (João 19:33).
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